Vamos apresentar aqui brevemente uma aplicação prática da Ágora feita justamente pelo autor da teoria Leonardo Viana em seu Doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Universitat Autònoma de Barcelona. Como profissional atuante no ramo da Educação, especialmente da Educação a Distância (EAD), ele decidiu explorar este campo para se aprofundar em tema que há tempos o intrigava: o preconceito em relação à EAD no Brasil.
Foi então que mergulhou nos estudos da técnica de evocação de palavras – uma metodologia muito usada pelo francês Jean Claude Abric no campo das representações sociais – para então compor a sua, que acabou por se tornar uma teoria metodológica: a Ágora.
Leonardo aplicou a técnica da evocação em mais de 42 mil pessoas que se pretendiam candidatas ao vestibular de uma instituição de ensino a distância (Cederj – Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro). O participante da pesquisa passava por duas etapas:
1º Era convidado a mencionar/evocar cinco palavras que, na opinião dele, qualificavam a educação a distância.
2º Devia mencionar mais cinco palavras que ele achava que as outras pessoas achavam sobre educação a distância.
Foi assim, então, que o estudo contemplou psicologicamente as opiniões relacionadas ao ego (eu) e ao alter (o outro), ponto que confere ineditismo ao autor nos estudos da área, como é detalhado nas explicações da teoria.
Figura 1: Ilustração da dinâmica da pesquisa.
Para fazer o cruzamento de tantos dados (afinal, foram 42 mil pessoas!), Leonardo Viana inovou mais uma vez: criou o sistema ÁgoraTech para dar conta desse volume todo, com o apoio técnico de programadores de Computação. Descubra o ÁgoraTech!
Resultados
Como resultado das entrevistas, destacou-se que, na maioria das vezes, o preconceito à modalidade a distância de ensino se constituiu sobretudo pelo aparecimento de opiniões negativas que, curiosamente, foram verificadas apenas no que a pessoa acha que o outro acha (alter) e não no que a própria pessoa acha (eu).
A partir destes resultados, foi possível se formar ágoras, ou seja, grupos de pensamentos afins. Por exemplo:
Ágora A: pessoas que acham que a EAD é uma modalidade de estudo difícil, mas que acham que os outros a consideram fácil.
Ágora B: pessoas que acham que a EAD é de má qualidade e que acham que os outros igualmente a consideram assim.
Em outro nível de abordagem, diferente da técnica da evocação de palavras, também foram coletadas na pesquisa informações como referentes à faixa etária, moradia e aspectos socioeconômicos. A partir de dados como estes, foi possível obter resultados pelo cruzamento com as palavras evocadas. Veja este:
Verificou-se que a ágora formada pela palavra comodidade ficou associada a um grupo de idade mais avançada, ou seja, quanto maior a faixa etária, mais se busca a comodidade.
A pesquisa, portanto, pela configuração das ágoras e diante da grandiosa população observada permitiu se ampliar a compreensão sobre o tema do preconceito à Educação a Distância. A análise dos resultados foi amparada pela teoria da ecologia dos sentidos do professor emérito da Université de Montréal e professor e pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o brasileiro Milton Campos, que foi orientador da pesquisa de tese de doutorado de Leonardo Viana (autor da teoria da Ágora). Pela sua teoria, buscou-se captar e entender os contextos históricos e socioculturais que influenciaram as respostas dos participantes do estudo. Os resultados foram analisados também com base na teoria da dialogicidade da britânica Ivana Marková, pesquisadora e professora emérita da University of Stirlingnas do Reino Unido, com reflexões sobre o entrosamento entre o eu (ego), o outro (alter) e a EAD (objeto).
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